
Quando adentrava um recinto, o saudoso Cyro Monteiro, o maior intérprete de samba da história e flamenguista doente, costumava saudar a turma assim, ó: “Pra quem é de bença, bença! Pra quem é de saravá, saravá!”
Pois, lhe digo, amigo: seja de bença ou de saravá, aquele que crê em sortilégios deve andar desconfiado de que o mistério desse Timão imbatível está na representação estilizada da lança de São Jorge que divide a camisa branca do time. São Jorge fechou o corpo do Timão, e lá vai ele a galope em direção ao título, ainda que a disputa esteja ao meio.
Desta vez, a vítima não foi o dragão, foi o Galo, em seu próprio terreiro encantado: 2 a 0, gols de Jô, claro, que anda cumprindo uma campanha excepcional, e de Rodriguinho, outro que esmerilhou com aquele corte humilhante no beque, antes de bater para as redes.
Com um detalhe: contrariando seus hábitos, o Corinthians passou boa parte do jogo envolvendo o Atlético, cujo treinador já dera o tom da melódia pouco antes de a bola rolar: “É preciso ter cuidado com os contragolpes do adversário”. Pois teve tantos cuidados que só foi atacar de fato já pra lá da metade do segundo tempo, depois da entrada de Robinho, que, diga-se, perdeu gol feito.

Jogo sem cuidados extremos foi esse Santos e Flamengo, no Pacaembu, sobretudo no segundo tempo, quando se tornou eletrizante.
No primeiro, o Flamengo dominou e esteve a pique de marcar num cabeceio isolado de Juan pra fora e naquele lance tríplice, com duas defesas de Vanderlei e um disparo de Vizeu na trave.
Mas foi o Peixe que abriu o placar numa escapada pela esquerda de Bruno Henrique. A resposta do Urubu veio em seguida, num tiro longo de Everton Ribeiro, no ângulo. Mais dez minutos, e Vizeu, enfiando-se na área santista virou o placar, revirado quando o Mengo estava mais próximo de confirmar a vitória.
Isso se deu depois da expulsão de Rodnei, num tiro certeiro, de fora da área, do volante Alison, e no peixinho perfeito de Ricardo Oliveira, em bola bem alçada por Daniel Guedes, já nos descontos.
Enquanto isso, o Palmeiras vencia o Botafogo, no Nílton Santos e passava por cima do Flamengo na tabela que, de resto, continuou a mesma lá no topo, todos aos pés da lança de São Jorge.
No jogo reconheço que o Flamengo tem mais conjunto, mérito do ótimo técnico que tem, mas, o Santos foi mais decisivo e matador, Viva a camisa branca mais famosa do futebol.
Ótimo texto Alberto Helena Jr.
No momento estou sem assinatura de TV no momento, por isso assisti me sujeitei a assistir ao jogo do Palmeiras junto com o meu genro que é palmeirense. Nós praticamente não discutimos, embora nossas diferenças clubísticas, nós mais convergindo que divertimos. E algo convergimos é na comparação dos erros e acertos de passes entre nossos times e isso mostra um time treinado e outro não, refletindo em suas posições e diferença de pontos na tabela classificatória.
E o Peixe acabou de depenar o urubu, que está com indigestão de peixe.
É isso aí, Alberto.
Só pode ser a espada do santo…hummm…ou será um trabalho árduo e repetitivo com todos os jogadores?
Só sei que não vejo ninguém lá na frente, ah sim, apenas a taça a ser alcançada.
Como dizem por aí…VAI CORINTHIANS!!!
Grande abraço e saudações corinthianas.
Este seu texto sobre o Timão foi algo assim : esplendido.
Como é bom vim aqui neste pedaço e lê um texto de fino trato, seja um poetico intelectual ou popular.
Abços
Meu galo jogou melhor e perdeu pra esse time retranqueiro. Mas quando foi pra valer na Flórida Cup 2016 e na Copa do Brasil 2014, o galo bicou esse time, que caiu em 2007. Meu galo nunca caiu ! Essa vergonha nunca passamos !
Quanto ranço, isso é só um jogo de futebol e seu galo quebrou a crista em 2005 seu desinformado.
A verdade é uma só, se um time jogar igual ao curintia ninguém faz gol e o jogo vai terminar em zero a zero. O curintia só faz gol de contra-ataque. Poder ser o líder, pode ser campeão, podem escrever um belo texto mas o q eu vejo é uma retranca explícita e o grande mérito do curintia é não ter vergonha disso.
Boa tarde,mestre Alberto Helena!
Realmente Carille e seus comandados estão fazendo história,não sei se é a lança de São Jorge,talvez o santo guerreiro esteja dando uma forcinha,mas o fato é que Carille montou um sistema de jogo muito equilibrado,ataque e defesa estão numa sintonia quase que musical,e sem ter grandes nomes no elenco,o que prova que futebol não se ganha com dinheiro, e sim com muito trabalho,inteligência tática,comprometimento dos atletas e claro ,tem que ter algum talento técnico.