E lá se vai Neymar.

(Foto: PAU BARRENA/AFP)

Alguém fez as contas por aí: Neymar irá ganhar no PSG o equivalente a quase 60 mil reais por minuto nos próximos, sei lá, cinco anos. Por minuto, faça chuva ou faça sol, de segunda a domingo, jogando, treinando, flanando ou dormindo.

Por outro lado, caberá ao Barça arrecadar perto de um bilhão de reais pela cessão do jogador, quantia de causar inveja até mesmo à quadrilha de petroleiros encharcados pela Lava-Jato.

É um jorro de dinheiro vivo que justificaria, por si só, a vertiginosa transferência do craque brasileiro, que ainda respingará nos empresários envolvidos nas negociação e quem sabe quantos mais, incluindo Neymar pai.

Contudo, parece que não é exatamente isso que move o já milionário Neymar a trocar o campeoníssimo Barça, onde se deu tão bem, pelo imprevisível PSG, cujo portfólio se resume aos títulos domésticos na França.

O segredo, segundo muita gente, é a busca pelo tal protagonismo. No PSG Neymar, livre da sombra de Messi, passaria a ser a estrela mais cintilante do elenco, o que lhe permitiria cortar o atalho em direção ao título de melhor do mundo, meta almejada pelo atleta.

Pode ser. Mas, o fato é que Neymar tem sido protagonista ao lado de Messi. E, em várias ocasiões, como nos recentes amistosos, até mesmo superando Messi.

Na verdade, desconfio que Neymar até agora não chegou a disputar o título com Messi e Cristiano Ronaldo por outros motivos que escapam às suas atuações deslumbrantes na maior parte do tempo. Atribuo, isso sim, à imagem que ainda persiste dele na memória coletiva; ou seja, o cai-cai, o fingidor, o tipo exibido de cortes de cabelo exóticos,  esses clichês que colam no sujeito de tal forma que se eternizam.

Só isso explicaria, por exemplo, a escolha de Griezmann, um atacante de boa técnica mas mil vezes inferior a Neymar em todos os demais quesitos exigidos de um craque, na última eleição da Fifa.

Enfim, que Neymar seja feliz no PSG e que alcance todas as metas que mirar, pois se trata de um artista da bola raro nos dias atuais (aliás, o seria também no passado, em qualquer era): é veloz, hábil, inventivo, exímio assistente, artilheiro e filho dileto daquela estirpe de craques que quanto mais apanham mais procuram humilhar o adversário desleal com a bola nos pés.

Tem lá seus rompantes, que o rapaz não é de ferro, mas sua eficiência, somado ao talento de transformar o jogo em arte, superam isso de longe.

Só lastimo, como espectador, ver desfeito o trio MSN, o mais harmonioso, eficaz e divertido ataque, ouso dizer, desde os tempos do Santos de Pelé e cia.

 

 

6 comentários

  1. Ótimo comentário. Achei apenas exagerada a quantia que o Neymar irá receber. Pois, 60 mil reais por minuto daria 3.600.000,00 por hora, e 86.400.000,00 por dia. Consequemte quase 2 bilhões e 600 milhões por mês. Seria isso mesmo? Me desculpe se fiz a conta errada.

    1. Meu caro Gérson: dentre tanta limitações, a maior de todas as minhas sempre foi a relação desastrosa com os números. Repeti no post o que ouvi no rádio. Se é isso ou não, confesso que não sei. Mas, é tanta grana em jogo, que não me surpreenderia se fosse isso mesmo. Meu Deus!
      Abraço

      1. Pesquisei um pouco a respeito, e encontrei algo em torno de 330 milhões de reais por temporada. Não chega aos 60 mil por minuto, mas é muito dinheiro. Quanto às suas limitações, todos nós as temos. Mas considerando seus comentários como um todo, considero você excepcional, com palavras sábias, comentários com conteúdo, que causam prazer em lê-los.
        Parabéns pelo profissionalismo.
        Abraço.

  2. Nada errado em querer ganhar mais ! É muito dinheiro, mas ganho pelo talento,não por métodos que a gente vê tanto nos nossos noticiários políticos !

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