Verdão, 2 a 0, podia ter feito mais

Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Esse é o grande entrave do futebol brasileiro: a falta de ambição, submetida ao cinzento futebol de resultado: 2 a 0 tá bom demais! Pra que arriscar?, embora ainda paire no ar a velha máxima de que 2 a 0 é um resultado traiçoeiro, o que, como toda regra, vale aqui, desvale ali.

Digo isso em relação à vitória do Palmeiras sobre o Avaí, no Parque, nesta noite de sábado.

Durante todo o primeiro tempo, o Verdão foi dono absoluto do jogo. Bola de pé em pé, muita velocidade ao atacar, e logo aos 10 minutos abriu o placar com um tiro certeiro de Dudu. E, aos 34, ampliou com Deyverson girando na área, depois de bela troca de passes dos companheiros.

A partir daí, ao longo de toda a segunda etapa, mesmo depois da expulsão de Juan, o Verdão optou pelo lugar-comum de um jogo insosso, mais defensivo do que ofensivo, embora sempre fosse melhor do que o Avaí, de frágil consistência com onze, que dirá com dez jogadores em campo.

O amigo dirá que o Palmeiras atravessa uma fase delicada, em que tem obtido resultados muito inferiores à expectativa que seu milionário elenco sugeria. É verdade. Mas, só atingirá altos patamares quando abrir as janelas, aspirar ares mais saudáveis e se arriscar ao voo a que estaria predestinado desde o início.

À parte, vale um alô para esse goleiro Jaílson, revelação aos 35 anos de idade.

Que goleiraço, esse, que continua invicto na meta verde.

E toda a sua esperteza se revelou naquele lance em que um atacante do Avaí chegava livre na área, e, ao sair da meta, Jaílson, em vez de se atirar na bola, correndo o risco de derrubar o adversário e levar um pênalti nas costas, preferiu cortar com os pés.

Pouca coisa? Pois, é. Tente o amigo e depois me diga.

PS: Um forte e caloroso abraço no meu amigo, grande treinador e sujeito da mais fina estirpe moral, Abelão, pela perda sem consolo do seu garoto. Essa é a maior tragédia que um pai pode viver – a morte de um filho, ainda mais no florescer da vida. Sobretudo, porque Abelão é um ser altamente sensível e que merecia ser cercado apenas por dádivas da vida.

 

 

 

1 comentários

  1. Prezado Helena Jr!
    Saudações e obrigado pelos comentários sempre matematicamente fundados e sobretudo por saudar técnico do Fluminense, que não conheço pessoalmente porém com tenho três filhos procuro imaginar a dor que o coitado está passando com a perda de um filho querido. São esses momentos em que o futebol parece uma coisinha minúscula que quase não existe. Que o Deus esteja assistindo a família enlutada.

    De resto, concordo com tudo o que você diz, Num ponto quero discordar: Acho que o Palmeiras até está já conseguindo escavar a curva para cima.
    Obteve dois empates fortes com o Cruzeiro, mesmo tendo sido com isto eliminadado da Copa Brasil, e também segurou o Flamengo no Rio até estando na frente no placar, e também deu um tapa no Sport (que está jogando bem no momento) dentro de Recife.
    Acho que o Cuca está lentamente colocando a casa em dia.
    Entretanto concordo com você, contra o Avaí jogando em casa venceu mas não convenceu.
    E você tem também razão que este problema é crônico em muitos times brasileiros: basta tomar fôlego e já querem sentar todos à beira do gramado e descansar esperando o jogo acabar.
    Por motivos como este, e também pelo fato de que o Corinthians, mesmo dando suas capengadas monumentais, continua segurando a ponta firmemente, acho que este ano vai Corinthians!
    Um abraço, MEMIL

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