A rodada deste fim de semana pode deixar o Corinthians tão lá na frente que só uma tragédia em Itaquera no segundo turno lhe arrancará o título brasileiro deste ano.

Lá na frente, não apenas na diferença de pontos em relação aos demais concorrentes, mas, sobretudo, no aspecto emocional, que é um dos fatores decisivos para que a equipe mantenha esse ritmo alucinante, enquanto os demais se desarmem psicologicamente cada vez mais.

Para que isso aconteça, basta que o Timão vença o Flamengo, em Itaquera, o que não é nada improvável, e o Grêmio perca ou empate com o Santos em casa, o que não é nada impossível.

Mas, se invertermos a equação, aí o campeonato volta a se animar com Grêmio e Flamengo fustigando o líder, com chances até de, em tempos normais, disputarem o segundo turno palmo a palmo.

E o que é preciso ser feito pra que isso aconteça?

Bem, antes de mais nada, o Urubu terá de bater forte suas asas e alçar o voo seguro e ousado que ainda não conseguiu cumprir nesta temporada, apesar da excelência de seu elenco, principalmente do meio de campo pra frente.

Com tantos bons jogadores na linha ofensiva, o Mengão teria de abrir mão da formação com dois volantes, optando por aquele de melhor passe e vocação para atacar, quando der. O nome é Arão, claro. Um pouco mais à sua frente, na armação de jogadas, Everton Ribeiro, que já cumpriu tal função no Coritiba  no Cruzeiro, além de ter sido lateral-esquerdo na origem do Terrão; portanto, um defensor.

Ao seu lado, Diego. E, lá na frente, Geuvânio, Guerrero e Everton.

Claro que não é fácil penetrar nessa defesa sólida do Timão, assim como correrá sempre o risco de tomar um daqueles contragolpes fatais, em geral, concluídos por Jô ou Rodriguinho (Romero não joga). Mas, isso faz parte, meu. Mesmo que o adversário atue com dois ou três volantes de ofício diante desse matreiro e bem organizado Corinthians.

Já o Grêmio apenas terá de jogar tudo o que é capaz diante desse Peixe escorregadio que Levir Culpi vai encaminhando na direção das origens do clube da Vila como os recentes 4 a 2 sobre o Fla, outro dia, pela Copa do Brasil, demonstraram.

É bater ficha e seja lá o que Deus quiser.

Já, no sábado, São Paulo e Palmeiras voltam a campo em situações opostas.

Enquanto o Verdão recebe o frágil Avaí, que só tem surpreendido de fato na sua própria casa, o Tricolor terá de se virar diante de um Botafogo que cumpre digna campanha, tanto no Brasileirão quanto na Copa do Brasil.

O Palmeiras, ainda difuso diante das tantas alterações processadas na equipe pelo técnico Cuca, é imprevisível, sobretudo pela crise que se avizinha depois da queda na Copa do Brasil diante do Cruzeiro, no meio de semana. As cornetas soam no Parque naquele tom sinistro que lembram a de Jericó. Uma vitória acachapante, porém,  e tudo vira tarantela.

Quanto ao São Paulo, espera-se que a estreia de Hernanes sirva para estabilizar seu meio de campo, ponto de desequilíbrio do time há muito tempo.

O volante Hernanes, cria da casa, que já atuou até de lateral-esquerdo no Tricolor é um jogador ambidestro por excelência: bate, dribla e passa com a mesma propriedade tanto com a canhota quanto com a destra. Tem bom domínio de bola e cobra faltas como poucos. Já é alguma coisa. Pena que o menino Lucas Fernandes, a solução para o problema de armação desse time, tenha se machucado novamente.

De qualquer jeito, é de se ver no que vai dar esse São Paulo com Hernanes ao lado de Cueva, à frente da dupla Jucilei-Petros e atrás de Marinho e Pratto.